COLETIVA
VERBORRÁGIKA
PROJETOS
Como se preparar para a guerra




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O sarau “Como se preparar para a guerra” se baseia na partilha coletiva de táticas de esquiva, cantos de benzedura, poses para enfrentamento da lotação do trem, ritos de pajelança, rezas de olhado e quebranto, receitas de banhos e coquetéis molotov, técnicas para pular os cercos e catracas. Tendo como propósito o fomento à criação artística coletiva, a partir do compartilhamento de narrativas pessoais vindas de existências consideradas dissidentes e marginalizadas, libertando potenciais de expressão, reivindicando visibilidade, humanidade e pertencimento.
Diante dessa abordagem o projeto do sarau se desenvolve pela pesquisa de estratégias de como corpos considerados dissidentes sobrevivem e resistem em um cotidiano marginalizado, encabeçado por um sistema opressor que, a partir de mecanismos de biopoder escorados no racismo, machismo e lgbtfobia, ameaça diariamente tais vidas.
O microfone é aberto a qualquer pessoa que deseje compartilhar, de forma livre, seus modos pessoais de preparo para esse território de guerra chamado Brasil. Durante as semanas que antecedem o sarau, a pergunta “COMO VOCÊ SE PREPARA PARA A GUERRA?” será feita pelas redes sociais das integrantes do coletivo Verborrágika e as respostas recebidas serão compartilhadas durante o evento.



Estamos em guerra. Há 500 anos, em permanente estado de guerra. Morremos e desmorremos uns mais do que outros na terra arrasada
pátria mãe de quem, rasgada em zonas de batalha.
O inimigo armado vem pelas costas fêmeas mães pretas cuir e travestis
é preciso alinhar a defesa, alinhar a defesa
preparar o ataque
a navalha o sal o veneno, o dendê o látex a farinha o bote,
caem as estátuas de Borba Gato
a Amazônia o Cerrado a barbárie, sangue indígena tinge os segredos de Estado
é um segredo de estado, mas todos sabem
é preciso reconhecer o inimigo
as tecnologias do inimigo
burguês assustado, fascismo
consciência de classe

Aqüenda

Aqüenda

Ataca gonga
pisa
berro

desaquenda
Aquenda

pisa berro
recalque tiro tomba

desaquenda
acué

amapô
acué
vaza alibã!

ocó

vaza
vaza.